Muito se fala sobre a alta carga tributária brasileira e a importância de seu entendimento e correta gestão nas empresas. De acordo com a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking dos países de maior carga tributária para empresas no mundo.

O estudo faz parte da publicação "Revenue Statistics in Latin America and the Caribbean", que apresenta uma análise comparativa das políticas fiscais de 15 países da região, incluindo o Brasil.

Neste artigo, vamos trazer uma breve abordagem sobre o conceito de planejamento tributário, sua importância e diversos outros aspectos relacionados à gestão tributária.

O que é gestão tributária?

Gestão tributária nada mais é que o processo de administração de tudo que envolve tributos, sua gestão, adequação e planejamento estratégico. Ela vai muito além da escolha de um regime tributário, como veremos mais adiante.

Gestora tributária analisando a situação fiscal da empresa

O que faz um gestor de tributos?

Primeiramente, o gestor tributário é o profissional responsável por questões fiscais e tributárias advindas dos mais diversos ramos de operações, como negócios mercantis ou prestações de serviços, operações industriais, entre outros.

O gestor de tributos também é responsável por acompanhar os resultados financeiros e econômicos ligados às atividades-fim das empresas, usando o seu conhecimento para apontar as melhores soluções fiscais e garantir segurança nos processos.

As principais funções do gestor tributário estão relacionadas à:

  • Correção de possíveis erros de interpretação e execução de rotinas e obrigações fiscais;
  • Prevenção de pagamentos incorretos de tributos, além de evitar contingências fiscais (multas e sanções);
  • Implementação de formas lícitas de economia tributária por meio da análise de dados da empresa e da legislação vigente.

O gestor tributário deve possuir determinadas skills que facilitarão a sua atuação e a obtenção de resultados.

A gestão tributária é uma área de grande importância para empresas e negócios, uma vez que envolve o planejamento e a execução de estratégias para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e a redução da carga tributária.

Para atuar nessa área, existem diversas opções de cursos de pós-graduação e MBA voltados para graduados em Ciências Contábeis, Administração e áreas similares.

Efeitos da gestão tributária nas empresas

Na prática, uma boa gestão tributária preserva a empresa de problemas com a fiscalização e a justiça, trazendo maior tranquilidade na administração de uma empresa.

Com uma gestão tributária adequada, é possível evitar ou mitigar os custos com processos judiciais e administrativos por infrações cometidas.

A adequação à legislação é importantíssima para as empresas, já que, conforme pesquisa realizada pela Endeavor, 86% das organizações entrevistadas apresentaram problemas com irregularidades na área fiscal.

Além disso, uma boa gestão tributária auxilia em diversos outros fatores ligados à administração, contribuindo para a eficiência operacional e a lucratividade de uma empresa.

Com um bom gerenciamento fiscal, alguns fatores recebem especial atenção na gestão:

  • precificação de produtos;
  • análise de tributação de fornecedores na hora da escolha dos mesmos;
  • benefícios fiscais relacionados a serviços e produtos;
  • gestão de RH e muitos outros.
Gestora tributária fazendo análise de dados da empresa

Como fazer a gestão tributária?

Uma gestão tributária bem-sucedida deve seguir algumas etapas. Veja como aplicar a gestão tributária no dia a dia de uma empresa.

1. Planejamento tributário

O processo de gestão tributária começa pelo planejamento da área, o qual pode ser feito antes mesmo de a empresa abrir, revisado e alterado (se for o caso) a cada novo ano fiscal.

Abaixo traremos breves explicações sobre os passos de como fazer um planejamento tributário.

1.1 Escolha do regime de tributação

O regime tributário é escolhido pela empresa no momento de sua abertura e reavaliado a cada novo ano fiscal, onde são verificadas as exigências legais e as possíveis vantagens e desvantagens de cada um deles.

Conhecer os regimes tributários e suas diferenças pode ser primordial para a sua empresa.

No Brasil existem 3 regimes tributários principais:

  • Simples Nacional: modelo que engloba vários tributos em uma guia única (com algumas exceções). Escolhido pela maioria das empresas por sua simplicidade, possui algumas regras, como: precisa ser MEI, ME ou EPP; não pode ser sociedade por ações, ser empresa que possui sua sede no exterior, entre outros. O teto de faturamento dos últimos 12 meses é de 4,8 milhões de reais atualmente.

  • Lucro Presumido: o cálculo dos impostos (IRPJ e CSLL) é feito sob uma presunção tabelada do lucro da empresa. Seu teto de faturamento é de R$ 78 milhões por ano, além de possuir limitações de acordo com a atividade empresarial.

  • Lucro Real: o cálculo dos impostos (IRPJ e CSLL) é feito sobre o lucro líquido da empresa sendo mais indicado para organizações com margem de lucratividade baixa, além de ser obrigatório para algumas atividades específicas.

1.2 Elisão Fiscal

De acordo com o site oficial do Senado, a elisão fiscal é um método onde as empresas aproveitam brechas na legislação para pagar menos impostos do que deveriam.

Saber como usar a elisão fiscal para diminuir impostos na sua empresa trará economia com relação a tributos, podendo ser o diferencial para vender mais com um custo menor e também aumentando os lucros.

2. Compliance

O compliance fiscal é um conjunto de diretrizes, políticas ou disciplinas estabelecidas na empresa, visando cumprir as normas da legislação e evitar problemas fiscais e tributários.

Portanto, o compliance fiscal ajuda as companhias a evitar riscos, mantendo controles internos que auxiliam no cumprimento de normas e obrigações.

3. Acompanhamento

É vital para uma que o planejamento e gestão tributária tenham seus propósitos alcançados que o profissional (gestor tributário) faça o acompanhamento dos indicadores da empresa, dos recolhimentos de impostos e outras atividades ligadas à gestão e ao seu papel dentro da empresa.

Na prática, este acompanhamento é decisivo para a eficiência do planejamento e a colheita dos resultados planejados, além de servir de base para futuras decisões ligadas à gestão tributária, como uma mudança no regime de tributação.

Analista fiscal mostrando os resultados do mês para o gestor tributário

4. Auditorias internas e externas

De uma maneira bem resumida, pode-se afirmar que a auditoria fiscal consiste em uma série de procedimentos efetuados por peritos fiscais. Eles são encarregados de investigar o recolhimento correto por parte dos contribuintes.

A implementação de auditoria interna no gerenciamento de atividades e documentação é importantíssima para a manutenção da qualidade de dados e dos sistemas de informação.

Os dados da auditoria podem orientar as tomadas de decisão da empresa, além de permitir a verificação da veracidade das informações e a mitigação de riscos do negócio.

Além da auditoria interna, recomenda-se a contratação de consultorias externas, compostas por profissionais habilitados e especialistas em suas áreas, com o intuito de confirmar o trabalho dos auditores internos e apontar possíveis falhas.

Conclusão

Até aqui, você acompanhou um apanhado geral sobre o planejamento e a gestão tributária, seus principais pontos, regimes de tributação, conceitos relacionados e o passo a passo para o alcance de seus objetivos dentro da empresa.

Com uma gestão tributária adequada, é possível evitar diversos erros contábeis, os quais podem trazer diversos prejuízos, sanções e perda de produtividade e competitividade no mercado.

Veja na prática quais erros contábeis a sua empresa precisa evitar!

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