Não importa o porte ou área de uma empresa. Em um ambiente de negócios complexo e competitivo, é importante tomar decisões de qualidade para a organização.

E o papel dos contadores é fundamental para quem deseja informações financeiras confiáveis. A contabilidade gerencial fornece dados financeiros e não financeiros atualizados aos principais tomadores de decisão. Permite administrar o negócio com eficiência.

A seguir, você entenderá em detalhes o que é contabilidade gerencial, quais são suas funções, e ainda vai conhecer as principais ferramentas da contabilidade gerencial para empresas. Acompanhe!

Prefere assistir o conteúdo em vídeo? Confira a seguir:

O que é contabilidade gerencial?

O conceito de contabilidade gerencial é a coleta, análise e relato de informações sobre as operações e finanças de uma empresa. É diferente da contabilidade tradicional, que apura tributos e documentos entregues ao Fisco.

Os relatórios geralmente são de uso interno, na maioria das vezes direcionados aos gerentes de uma empresa, e ajudam na tomada de decições importantes.

As funções da contabilidade gerencial

Realizadas por contadores experientes, as funções da contabilidade gerencial incluem:

  • Identificação: reconhecimento e avaliação de transações comerciais e outros eventos econômicos;
  • Mensuração: inclui estimativas de transações comerciais ou outros eventos econômicos que ocorreram ou podem ocorrer;
  • Registro: abordagem disciplinada e consistente para registrar e classificar transações comerciais e outros eventos econômicos;
  • Análise: determina as relações das atividades encontradas com outros eventos e circunstâncias econômicas;
  • Preparação e interpretação: coordenação de dados contábeis e/ou de planejamento que identificam uma necessidade de informação;
  • Comunicação: relato das informações pertinentes à administração, seja através de apresentações, relatórios, gráficos e/ou dashboards.

Qual é a importância da contabilidade gerencial

A contabilidade gerencial ajuda uma empresa a entender e conquistar seus objetivos. Os relatórios produzidos são fundamentais no processo de tomada de decisão estratégicas e operacionais.

Conheça três principais vantagens a seguir.

Prevê fluxos de caixa

Estimar os fluxos de caixa e o seu impacto é essencial. É preciso considerar os custos que as empresas terão no futuro e de onde virá a receita que pode ajudar a dar seus próximos passos.

A contabilidade gerencial envolve a criação de orçamentos e tendências que as lideranças usam para decidir como alocar dinheiro e recursos.

Entende as variações de desempenho

As discrepâncias de desempenho nos negócios são variações entre o que foi previsto e o que foi alcançado. Usando técnicas analíticas, a contabilidade gerencial ajuda a administração a se basear nas variações positivas e a gerenciar as negativas.

Entende as variações de desempenho

Conhecer o ROI é fundamental antes de embarcar em um projeto que exige muitos investimentos.

Se apresentadas a duas oportunidades de investimento, como escolher a mais lucrativa? Em quantos anos uma empresa atingirá o ponto de equilíbrio em um projeto? Quais são os fluxos de caixa estimados?

Os profissionais contábeis envolvidos na contabilidade gerencial são capazes de responder a perguntas importantes. Isso sem dizer de prever tendências futuras nos negócios dos seus clientes.

Pessoa explicando a diferença entre contabilidade financeira e gerencial

Diferença entre contabilidade financeira e gerencial

Também chamada de contabilidade tradicional, a contabilidade financeira se preocupa com o registro das transações realizadas pela empresa, sendo responsável pelos demonstrativos contábeis.

Já a contabilidade gerencial tem um papel consultivo, alertando as lideranças sobre questões importantes e direcionando a atenção para oportunidades possivelmente lucrativas.

Em resumo, enquanto a contabilidade financeira é responsável pelas transações e patrimônio, a contabilidade gerencial analisa os dados econômicos internos da empresa, gerando insumos para melhorias e tomadas de decisão.

Contabilidade financeira Contabilidade gerencial
É voltada para o público externo (fisco, credores, instituições financeiras, entre outros). É voltada para os gestores, diretores e administradores das empresas.
Traz informações monetárias sobre transações e patrimônio da empresa. Traz informações monetárias e também não monetárias, já que tem o objetivo de analisar dados que podem ajudar a administração a tomar melhores decisões.
É obrigatória por lei. Não é obrigatória, mas é altamente recomendada.
É realizada em um período específico e pré-determinado. É realizada conforme a necessidade da empresa.
Tem foco em reportar atividades que aconteceram no passado. Tem foco em levantar dados para auxiliar em decisões para o futuro.

Leia também: o que é BPO financeiro

Ferramentas da contabilidade gerencial para empresas

Para tomar melhores decisões, a organização precisa de informações financeiras confiáveis. É justamente esse o objetivo da contabilidade gerencial. Quem melhor conhece uma empresa do que o seu contador?

Mas, para colocá-la em prática, é preciso conhecer as ferramentas da contabilidade gerencial. São elas que vão possibilitar a tradução de dados em informações que possam ser transformadas em relatórios e insights úteis para a empresa.

Existem várias ferramentas e vamos trazer algumas das mais populares:

1. Sistemas de custeio

Um sistema de custeio é projetado para monitorar os custos incorridos por uma empresa. É composto por um conjunto de formulários, processos, controles e relatórios que são projetados para agregar e informar à administração sobre receitas, custos e lucratividade.

As informações emitidas por um sistema de custeio são usadas pela administração para diversos fins, como afinar as operações para gerar maior rentabilidade ou decidir onde cortar custos no caso de uma recessão.

Os relatórios típicos criados por um sistema de custeio incluem:

  • Orçamento versus real para custos incorridos;
  • Rentabilidade para clientes, regiões de vendas, lojas, produtos e/ou linhas de produtos;
  • Tendências de despesas que mostram as despesas incorridas por mês.

2. Preço de transferência

Na contabilidade gerencial, o preço de transferência é um preço artificial usado quando bens ou serviços são transferidos de um segmento para outro dentro da mesma empresa.

Os contadores registram o preço de transferência como receita do segmento produtor e como custo ou despesa do segmento receptor. Normalmente, nenhum dinheiro realmente muda de mãos, sendo uma transação contábil interna.

O preço de transferência é importante porque afeta a rentabilidade dos segmentos de compra e venda. Quanto maior o preço de transferência, melhor para o vendedor. Quanto menor o preço de transferência, melhor para o comprador.

3. Orçamento

Um orçamento é um plano que mostra os objetivos da empresa e como a administração pretende adquirir e usar recursos para atingi-los. E a contabilidade gerencial pode usar muitos tipos diferentes de orçamentos:

  • Orçamentos de responsabilidade: são projetados para avaliar o desempenho de um segmento;
  • Orçamentos de capital: avaliam projetos de capital de longo prazo, como a adição de equipamentos ou a realocação de uma fábrica;
  • Orçamento operacional planejado: ajuda a planejar ganhos futuros e resulta em uma demonstração de resultados projetada;
  • Orçamento financeiro: auxilia a administração a planejar o financiamento dos ativos e resulta em um balanço projetado.
Equipe de contabilidade gerencial analisando um benchmarking

4. Benchmarking

O benchmarking é um processo para comparar as políticas, procedimentos, produtos e processos de uma empresa com os de outras empresas.

O resultado de um processo de benchmarking inclui a identificação de oportunidades, o desenvolvimento de um plano de melhoria de desempenho e revisão dos resultados e a identificação de outras áreas de melhoria.

Vários tipos diferentes de benchmarking podem ser usados:

  1. Interno, que compara uma unidade operacional ou função com outra dentro da mesma indústria;
  2. Funcional, que compara as funções internas com as dos melhores profissionais externos, independentemente de sua indústria;
  3. Competitivo, que reúne informações sobre concorrentes diretos por meio de técnicas como engenharia reversa;
  4. Estratégico, tipo de benchmarking competitivo voltado especificamente para a ação estratégica e a mudança organizacional.

5. Teoria das Restrições (TOC)

A teoria das restrições afirma que qualquer sistema contém um ponto de estrangulamento que o impede de atingir seus objetivos. Este ponto de estrangulamento, também conhecido como gargalo ou restrição, deve ser gerenciado para garantir que a empresa esteja operacional.

Caso contrário, os objetivos podem não ser alcançados. A razão é que nenhuma taxa de transferência adicional (receita menos todas as despesas variáveis) pode ser gerada a menos que a capacidade da restrição seja aumentada.

Essa teoria contraria a visão mais tradicional de administração de um negócio, onde todas as operações são otimizadas ao máximo.

Sob a visão de restrições, otimizar todas as operações significa apenas que é mais fácil gerar mais estoques que se acumularão na frente da operação (gargalo), sem aumentar os lucros, por exemplo.

Assim, a otimização generalizada apenas leva à criação de mais estoque, em vez de mais lucros. A otimização generalizada também resulta em investimentos desnecessários que não têm impacto no nível de rendimento.

6. Valor Econômico Agregado (EVA)

O EVA (Economic Value Added) é um indicador de rentabilidade e uma medida de desempenho financeiro, baseado na riqueza residual. É o lucro excedente acima do custo de capital, gerado pelo negócio, ajustado pelos impostos e apresentado em regime de caixa.

A fórmula de cálculo é:

EVA = Lucro Operacional – (Capital Total investido x CMPC)

Sendo:

  • Lucro Operacional: lucro vindo dos ativos da empresa;
  • Custo de Oportunidade do Capital Total: também conhecido como Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC). É uma média ponderada entre o custo de capital de terceiros e o custo de capital próprio. O resultado desse cálculo vai indicar o nível de atratividade mínima do investimento;
  • Capital Total: soma das dívidas onerosas com o patrimônio líquido, a preço de mercado.
Pessoa conferindo o balanced scorecard da empresa

7. Balanced Scorecard

Balanced Scorecard é uma métrica de desempenho de gestão estratégica que ajuda as empresas a identificar e melhorar suas operações internas para ajudar seus resultados externos.

O conceito difere dos sistemas de medição mais tradicionais, pois incorpora uma variedade de medições não financeiras. Ele fornece às organizações feedbacks sobre como tomar melhores decisões no futuro.

As quatro perspectivas de um balanced scorecard são:

  • Aprendizado e crescimento;
  • Processos de negócios;
  • Perspectivas do cliente;
  • Dados financeiros.

Essas quatro áreas, também chamadas de pernas, compõem a visão e a estratégia de uma empresa. Permite medir o capital intelectual junto com os dados financeiros para decompor sucessos e fracassos.

Ao compilar dados de desempenho em um único relatório, contadores e a administração podem identificar ineficiências, elaborar planos de melhoria e planejar metas e prioridades.

Conclusão

Deu para perceber o quanto as ferramentas da contabilidade gerencial ajudam na administração e na formulação de políticas coletando informações.

Com o uso de informações e relatórios fornecidos pela contabilidade gerencial, é possível aumentar drasticamente a produtividade e eficiência.

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E se quiser continuar dentro do assunto, confira nosso post sobre contabilidade estratégica.

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